Espanha vence a Itália nos pênaltis e fará a final contra o Brasil

Depois de 0 a 0 em 120 minutos e chuva de gols na disputa de pênaltis, Bonucci erra e Jesus Navas garante a classificação

FORTALEZA - Desta vez não houve 'tic-tac', e nem cheiro de goleada. Mas, ainda assim, a festa foi novamente espanhola contra a Itália. Sem conseguir impor seu futebol de toque de bola, e ainda por cima passando sufoco no primeiro tempo, a Espanha resistiu por 90 minutos no primeiro empate da Copa das Confederações. Quando dominou o jogo, na prorrogação, também não foi capaz de tirar o 0 a 0 do placar. Mas, nos pênaltis, a Fúria mostrou que não é boa só com a bola rolando: com 100% de aproveitamento nos seus sete chutes, os campeões mundiais venceram por 7 a 6 e se classificaram para a decisão mais esperada pelos torcedores, contra o Brasil, no Maracanã. Bonucci errou a sétima cobrança da Itália, e Jesus Navas foi o responsável pelo gol da vitória.

Domingo, às 19h, a seleção da moda - a Espanha bicampeã europeia e vencedora do último Mundial, na África do Sul-2010 - terá o desafio que falta para a consagração total: derrotar a seleção mais vitoriosa da história e conquistar o título que ainda não tem em sua galeria. Mas, do outro lado, estará o Brasil, pentacampeão mundial e tri da Copa das Confederações, com o apoio de 80 mil torcedores na arquibancada.

- O Maracanã é a casa do Brasil. Acho que vai ser incrível - afirmou o meia Juan Mata após a partida.

Com três minutos de jogo, a Espanha já tinha chegado duas vezes à área de Buffon. E todos no Castelão devem ter pensado: 'Vai ser outra goleada espanhola', lembrando dos 4 a 0 do ano passado na final da Eurocopa, na Ucrânia. Mas a Itália mostrou que aprendeu a lição, e não ia ser envolvida duas vezes seguidas pelo 'tic-tac' da Fúria. Adiantando a marcação, a Azzurra neutralizou o toque de bola adversário, e começou a assustar seguidamente em velozes contra-ataques.

Gilardino teve a primeira chance, aos 11. Cinco minutos depois, lançado em velocidade, Maggio tentou surpreender Casillas com uma cabeçada da entrada da área, mas o goleiro evitou o gol. Aos 18, a Espanha deu sorte: De Rossi subiu no meio da zaga mas só raspou de cabeça, para fora. Depois de um breve descanso, a Espanha levou outro susto aos 35: Giaccherini fez um cruzamento perfeito para Maggio cabecear sozinho na área, mas Casillas fez uma defesa espetacular. Só então a Espanha conseguiu responder, com uma bela jogada individual de Fernando Torres, que chutou de esquerda, para fora.

Na prorrogação, uma bola na trave para cada lado

Sem o mesmo ímpeto da etapa inicial, a Itália viu a Espanha crescer no segundo tempo. Mas a campeã mundial seguia com problemas para furar a retranca adversária. Mesmo nos poucos momentos em que teve a posse de bola, a seleção espanhola mostrava um problema raro: muitos erros de passe. Aos 18, Iniesta passou por três italianos, em sua melhor jogada, e conseguiu chutar longe do gol de Buffon. Na chance mais clara da Espanha, aos 39, Piqué recebeu cruzamento da direita e isolou, da marca do pênalti.

E, depois de um segundo tempo sonolento, as duas seleções campeãs mundiais não conseguiram evitar o primeiro empate na Copa das Confederações e foram para a prorrogação. Que começou agitada: aos dois minutos, Giaccherini acertou uma bomba na trave direita de Casillas. A Espanha respondeu com um chute por cima de Piqué, novamente se aventurando no ataque. E, pela primeira vez na partida, a equipe ibérica conseguiu envolver a Itália com seu toque de bola. Só que faltou pontaria nos chutes de Xavi, de falta, e Mata, ambos para fora. Aos nove minutos, Xavi devolveu o susto do início da prorrogação, acertando a trave de Buffon com um chute de fora da área. Um minuto depois, Navas chutou cruzado e o goleiro italiano salvou com a ponta dos dedos.

A decisão por pênaltis foi de tirar o fôlego. As duas seleções acertaram todas as suas cobranças na série de cinco chutes: Candreva, Aquilani, De Rossi, Giovinco e Pirlo para a Itália; Xavi, Iniesta, Piqué, Sergio Ramos e Juan Mata para a Espanha. Na série alternada, o aproveitamento perfeito continuou: Montolivo fez para os italianos e Arbeloa empatou em 6 a 6. Bonucci, então, bateu por cima do gol de Casillas, e Jesus Navas não desperdiçou a primeira chance de garantir a vaga, fechando a semifinal em 7 a 6.

ESPANHA (7)0X0(6) ITÁLIA

Local: Castelão, em Fortaleza (CE)

Data-Hora: 27/06/2013, às 16h (de Brasília)

Árbitro: Howard Webb (ING)

Auxiliares: Darren Cann (ING) e Mike Mullarkey (ING)

Cartões amarelos: De Rossi (ITA), Piqué (ESP)

Cartões vermelhos: não houve

Pênaltis: Marcaram Candreva, Aquilani, De Rossi, Giovinco, Pirlo e Montolivo para a Itália; Xavi, Iniesta, Piqué, Sergio Ramos, Juan Mata, Arbeloa e Jesus Navas para a Espanha.

ESPANHA: Casillas, Arbeloa, Piqué, Sergio Ramos e Jordi Alba; Busquets, Xavi e Iniesta; Pedro (Mata, 33'/2ºT), David Silva (Jesús Navas, 5'/2ºT) e Fernando Torres (Javi Martínez, 3'/1ºP). Técnico: Vicente Del Bosque.

ITÁLIA: Buffon, Maggio, Chiellini, Barzagli (Montolivo, intervalo) e Bonucci; De Rossi, Marchisio (Aquilani, 33'/2ºT), Pirlo e Candreva; Giaccherini e Gilardino (Giovinco, intervalo para a prorrogação). Técnico: Cesare Prandelli.